Currículo de Engenharia

Engenharia, na minha vida, veio por histórias de família (irmãos da mãe) e por um gosto e facilidade por 'ciências exatas': matemática, química  -  esta matéria, notadamente por influência dum ótimo professor do 'científico'  -  e mais algum desconhecimento de outras possibilidades profissionais me levaram a escolher esta trilha.

Entrar e cursar a POLI-USP foi um feito notável, embora no meio do curso eu tenha feito a 'descoberta' de que esta não era a minha 'profissão'. (vai um resumo da história na entrevista a seguir).

Na minha “química relacional”, ter participado ativamente da AEP - a Associação dos Engenheiros Politécnicos  -  em programas e projetos para implementar uma formação humanística para a engenharia (pensar sobre os 'sistemas de crenças' que fundamentam o modo de interagir com e 'ver' a realidade), foi uma oportunidade de integração inter-áreas de conhecimento.

A interação com a AEP foi resultado dum fator subjetivo (uma espécie de “retomada do sobrenome de solteira”...) e de um contato objetivo, estabelecido pelo convite para uma entrevista para a publicação da entidade (Vox Poli, por indicação dum colega de turma), o que trouxe como consequência conhecer mais e apreciar as motivações, nobreza e programas desenvolvidos pela Associação.

Mais do que cuidar da sustentabilidade, a função da engenharia é (sempre foi) a de criar um equilíbrio funcional, inteligente e saudável  -  ético e estético  -  entre tecnologia, ser humano e natureza. Tenho aprendido muito neste caminho!

Elaine e as relações humanas"

(entrevista para Ada Caperuto, publicada no Vox Poli – ed. abr/mai/jun 2003, págs. 8/9 – "Mulheres com “M” maiúsculo e com “P” de POLI)

O pai de Elaine Tereza Makray (*) (Qui’75) desejava para ela uma formação mais “de mulher”, só que a escolha já estava feita. Entre os 600 aprovados de 71, ela integrava o grupo de 12 mulheres na Engenharia Química. “Acho que foi nessa época que apareceu o primeiro banheiro feminino na Poli”, brinca Elaine.

E assim foi: chegou ao mestrado em Engenharia Nuclear (Califórnia-EUA) e doutorado, na Unicamp, onde foi docente durante cinco anos, no Departamento de Engenharia Química. “Não era ‘a minha praia’: a única doutora, mais nova, no meio de um monte de homens belicosos”, conta ela que, a bem da verdade, já mudava de profissão. Entre outros cursos, estudou psicologia e formas de conhecimento humano. Voltou à Califórnia, onde fez pós-doutorado em Estudos da Consciência.

“Em 94 me tornei consultora e facilitadora de processos de desenvolvimento pessoal e profissional. Costumo brincar que sou uma ‘engenheira alquímica’ – trabalho com a engenharia de processos interiores”, diz. Hoje coordena grupos de gerenciamento do potencial humano, dá aulas e orienta teses no MBA da Universidade Estadual do Ceará, nas áreas de Liderança, Empreendedorismo e Comunicação.

Elaine afirma que sua formação foi essencial. "Em uma área abstrata como a inteligência emocional, ter a mente educada nas artes da engenharia tem sido importante. Não basta ter percepção intuitivo-sensorial. É preciso organizar e facilitar ao outro o encontro de seu próprio rumo”, diz.

Ciência dos relacionamentos, seu trabalho não deixa de ter ligação com a química. “Há várias reações e relacionamentos entre os muitos elementos e indivíduos – e muitíssimo mais compostos, equipes e organizações. Uns reagem bem, outros não reagem e, alguns, explodem solenemente”, finaliza Elaine com peculiar bom-humor.

(*) nome de formada - na época, casada.

05/02/2005

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